sábado, outubro 28, 2006

A clonagem não é capaz de mudar a fatalidade da morte e de diminuir a dor e o sofrimento.
Ninguém pode ser duplicado!


Andei a procurar sobre clonagem e achei muito interessante um texto de um pai sofrido que quer mostrar a todos os outros pais, ou não que a clonagem não é solucção. Eu pus aqui alguns argumentos contra a clonagem humana que o pai referiu no seu texto.

O nascimento do primeiro clone de um mamífero (a ovelha Dolly) ocorreu há apenas 4 anos, e a possibilidade de clonagem humana já existe. Se antes a clonagem era motivo de ficção, hoje ela é objecto de pesquisa científica. É útil para as floristas e tal, mas clones humanos NÃO...

A primeira verdade é que a clonagem não produz indivíduos normais e saudáveis. Dois especialistas em clonagem animal que participaram numa audiência, relataram os resultados obtidos até então com vacas e outros mamíferos. Estes animais têm apresentado várias anormalidades e altas taxas de morte e muitas das fémeas que carregavam fetos-clones morreram ou ficaram doentes. Não existe nenhum clone saudável, nem mesmo Dolly, a ovelha pioneira.
Os cientistas não sabem dizer por que a clonagem falha tanto. Uma explicação plausível inicial está no facto de que, quando as células de um embrião se dividem, iniciando o processo que resulta na formação dos vários tecidos que constituem nosso corpo, a maioria dos genes é desligada, estando activos apenas aqueles necessários para que a célula em questão possa realizar suas funções. Uma célula das ilhotas pancreáticas, por exemplo, precisa de todos os genes que reconhecem quando uma pessoa necessita de insulina, activos.
Para produzir um clone saudável, os cientistas necessitam destravar todos os genes presentes na célula que será utilizada na clonagem. Não basta apenas ter os genes necessários às ilhotas do pâncreas; todos os genes serão necessários em algum momento, em alguma célula do novo organismo. A menos que os cientistas descubram como destravar todos os genes e restaurá-los a seu estado original, nós continuaremos a ver clones mortos ou deformados.

Agora, a segunda verdade: mesmo que a clonagem pudesse produzir um embrião saudável, não resultaria na mesma pessoa da qual o material genético foi adquirido. Cada um de nós é fruto do complexo amálgama que envolve sorte, experiência e hereditariedade. O útero onde o feto se desenvolve, o que a mãe come ou bebe, o stress pelo qual passa, a sua idade, todos estes factores moldam o feto em desenvolvimento. Mesmo os genes conduzem uma intrincada coreografia de liga e desliga e instruem outros genes a fazerem o mesmo em resposta aos estímulos internos, assim como aos do mundo no lado de fora. Como nos transformamos em quem somos permanece ainda um mistério.
A única coisa que podemos ter certeza é de que somos muito mais do que um punhado de genes. Assim como, por exemplo, talvez a melhor maneira de desestimular a clonagem humana seria através da clonagem de Michael Jordan. Michael II pode vir a não ter nenhum interesse em jogar basketball, tornando-se, por outro lado, um contador. O que faz Michael I genial não são apenas seus dotes físicos, mas sim sua competitividade, determinação e desejo de vencer.

Outra verdade: criar uma criança para tomar o lugar de outra criança morta é injusto. Nenhuma criança deve ser obrigada a aceitar a opressão de que a mesma irá viver a encarnação de um padrão genético idealizado à qual a vida lhe foi negada. Os pais podem fazer graça em relação aos planos e o futuro de suas crianças, no entanto, seria óbvio que as crianças não acham esses planos tão interessantes. É claro que temos expectativas para nossos filhos, esperamos que eles sejam honestos, justos, correctos etc. Mas nós não podemos ditar o temperamento, talento ou interesses.

Clonar uma criança para reencarnar outra, nada mais é do que uma distorção grotesca das expectativas paternas.