domingo, março 04, 2007

risco geomorfologico e ocupação antrópica

  • Zona de vertente na zona de Viana

A instabilidade de vertentes é outra das áreas com factores susceptíveis de risco que aparecem legendadas no mapa do concelho de Viana. Este foi, aliás, o fenómeno que deu origem do mapa de riscos geológicos, uma vez que a sua elaboração terá sido sugerida na sequência de vários acidentes, ligados a instabilidades de vertentes, que se deram no Inverno de 2000/01 em Frades (quatro mortos), Cestães e Gondariz (um morto), no concelho de Arcos de Valdevez. Como pontos de "maior susceptibilidade" no concelho de Viana, é apontado as zonas "mais íngremes" e graníticas das serras, dando como exemplo um local situado junto à ribeira da freguesia de Areosa, na encosta de Santa Luzia. Outros exemplos "de alguma susceptibilidade, mas sem a perspectiva de que possam ser atingidos interesses e pessoas", são uma vertente existente na freguesia de Deocriste e "pequenos fenómenos relacionados com intervenção humana" registados na freguesia de Montaria.

  • Bacia hidrográfica

A bacia hidrográfica corresponde a toda a área, cujas águas se dirigem para uma rede hidrográfica. A bacia hidrográfica é responsável por muitas mudanças e por um grande trabalho geológico. Estas zonas têm de ser estudadas e analisadas para a ocupação antrópica não sofrer danos em habitar em zonas de risco. Existem muitos exemplos de problemas.
A bacia hidrográfica do rio Douro é a maior da Península Ibérica. O curso inferior do rio Douro corre num vale extremamente encaixado, pelo que as vulnerabilidades deste rio às inundações residem nos aglomerados urbanos implantados nas zonas ribeirinhas, facilmente inundáveis.
No troço principal, a área a jusante da barragem de Crestuma é das mais afectadas, nomeadamente nos areínhos de Avintes e Oliveira do Douro e nas ribeiras do Porto e de Gaia. Nesta última localidade, as inundações atingem, muitas vezes, as caves do Vinho do Porto. Igualmente vulnerável é a localidade de Peso da Régua onde as cheias afectam diversas habitações e estabelecimentos comerciais da zona marginal e onde é frequente o corte de ruas por submersão.

  • Zona litoral

Quase todo o litoral entre Espinho e Nazaré constitui "zona de elevados riscos
naturais", nomeadamente (mas não só) no que respeita a "riscos de erosão intensa". O decreto-Lei aludido estipula que, nestes casos, "não deve ser permitida qualquer construção". Na gestão da zona costeira deve-se ter em atenção que esta é uma zona com vastas potencialidades, e que constitui património comum. Os seus valores paisagísticos, ecológicos, turísticos, económicos, etc., devem ser preservados, explorando-os de forma claramente sustentável. Estima-se que os mecanismos de transporte sedimentar tenham a possibilidade de transportar para Sul, em cada ponto, anualmente, esse volume de areias.
Quando existia um abastecimento sedimentar abundante, a deriva litoral estava
saturada, e deixava na praia o excesso de areias que não conseguia transportar. O comportamento do litoral era, então, regressivo, isto é, registava-se migração da linha de costa para o lado do oceano. Actualmente, o abastecimento sedimentar é bastante pequeno e a deriva litoral não está, geralmente, saturada. Consequentemente, verifica-se erosão das praias e das dunas, tendendo a deriva litoral a saturar-se com as areias assim conseguidas. Como resultado, o comportamento do litoral é transgressivo (segundo os conceitos aludidos), e verifica-se recuo da linha de costa.
Compreende-se bem, assim, a razão porque as taxas de recuo são elevadas nas partes setentrionais dos troços Espinho – Barra de Aveiro, Barra de Aveiro - Figueira da Foz e Figueira da Foz - Nazaré.

--> fontes: Terra, universo da vida; JN 2001; diciopédia; google - imagens